À medida que a edificação cresce em altura, distancia-nos do chão e do contacto com o ambiente vegetal.
Pequenos Paraísos é um projeto que investiga as varandas convertidas em jardins da urbanização das Parretas, enquanto atos de resistência silenciosa contra a dureza do betão e a homogeneização do espaço urbano. A varanda, como estrutura-fronteira entre a casa (o privado) e a rua (o público), configura-se como um lugar paradoxal de segurança e liberdade, onde se está simultaneamente no interior e no exterior.
Através do formato vídeo, o projeto analisa as dinâmicas de cuidado entre os moradores e as suas plantas, questionando de que forma a prática do cultivo (de flores, arbustos, catos ou aromáticas) reconfigura áreas padronizadas em espaços significativos de expressão pessoal. Esta transformação evidencia não só necessidades instintivas de ligação à natureza — relacionadas com os diversos significados que a cor verde evoca: abrigo, alimento, bem-estar, sobrevivência —, mas também estratégias individuais de adaptação ao contexto urbano contemporâneo.
Pequenos Paraísos apresenta-se à comunidade no dia 21 de setembro sob a forma de uma curta metragem, que será projetada à noite na instalação
SALA DE CONDOMÍNIO desenhada pelo arquiteto Nuno Melo Sousa, tirando partido da escadaria como um anfiteatro ao ar livre.
No mesmo dia, de manhã, A RECOLETORA convida a herbalista FERNANDA BOTELHO para orientar uma caminhada etnobotânica pelos jardins públicos da urbanização das Parretas, num percurso definido pelas varandas-jardins, mas que se foca no chão do espaço comum, onde convivem ervas “daninhas”, plantas ornamentais e árvores de grande porte.
Nesta aula em movimento, vamos dar a conhecer a vizinhança vegetal que habita as Parretas, partilhar os seus nomes científicos e botânicos, os seus usos culinários e terapêuticos, descobrir histórias com elas relacionadas e a sua importância na manutenção da biodiversidade. Inscrições abertas para a caminhada
AQUI.