A instalação arquitetónica inicia-se com a demarcação de um recinto retangular na Praça dos Arsenalistas, onde é escavada uma área de 39 m² que dá lugar à instalação de uma estufa-laboratório. Esta estrutura temporária utilizará a argila extraída localmente e funcionará ao longo do festival FORMA DA VIZINHANÇA como um espaço multifuncional: acolherá
oficinas de cerâmica, momentos de criação coletiva, encontros informais e exposições de objetos produzidos no local. Equipado com mufla (forno de cerâmica), mesas, bancos e estantes, este espaço será dedicado à partilha de histórias e saberes locais, promovendo a construção de memórias plurais através da matéria e do gesto manual.
Se, ao longo do tempo, inúmeros artefactos foram sendo descobertos sob múltiplas camadas de solo, deixando vestígios imprecisos daquilo que foi o passado,
Arqueologias do Futuro propõe um gesto inverso: criar, no presente, um legado futuro através da ação coletiva. Cada peça moldada convocará diferentes mãos vizinhas — hábeis ou inexperientes, antigas ou recém-chegadas — para dar forma a novas narrativas de vizinhança, enraizadas no território e abertas ao porvir.